Nos últimos anos, por circunstâncias da vida que nunca estão nas nossas mãos há alturas do ano que me despertam um sentimento agridoce, aquele "mixed feelings" que nunca saberei lidar, mas isso agora não interessa nada, e temos de agradecer tudo o que a Mãe Terra nos dá, um dia de cada vez ...
No meu aniversário, sem contar e em cima da hora, surgiu uma bela surpresa.
No meio dos tais mixed feelings, foi tempo de aproveitar, de viver novas experiências e aventuras, de aprender, conhecer e aproveitar uns diazinhos de dolce far niente, entre lugares novos e lugares bem conhecidos que nos aquecem o coração.
No meio de tudo isso achei que a Maminka também merecia um presentinho, no final de contas também ela está de parabéns, não é assim ?
Não sendo fundamentalista, vou a sítios diferentes se for para presentear quem amo com algo que os faça felizes, ou isto não tinha sentido nenhum.
A minha Maminka é uma gulosa de topo, sempre pronta para um docinho, não fosse das terras daquela doçaria conventual cheia de amêndoas, fios de ovos, figos super doces e afins ...
Não sendo eu nada dessas coisas - por vários motivos - preferindo sempre um queijinho vegan e uma bela batata frita carregada de alho e ervas aromáticas, não costumo frequentar sítios típicos de tal doçaria, mas desta vez a surpresa era para a minha mais que tudo.
Em pleno centro de Évora existe um local muito fofo que é casa de um dos mais típicos doces conventuais da região, o famoso Pão de Rala.
Reza a lenda que recebeu este nome quando D. Sebastião visitou o Convento de Santa Helena do Monte Calvário em Évora, e foi presenteado com um "pão ralo" confeccionado pelas Freiras.
Com muitos séculos de tradição, o Pão de Rala é um doce conventual com o formato de um pãozinho de lenha e é feito com muitas gemas de ovos, açúcar e raspas de limão, é recheado com uma mistura de amêndoa, fios de ovos e chila.
Assim "pouco" doce como a Maminka gosta.
As donas (Mãe e Filha) super simpáticas receberam-nos com aquele carinho Alentejano, ficaram à conversa com a Maminka que faz amigos em todo lado, ficámos a saber várias coisas sobre as (muitas) criações que compõem a vitrine, que chegam a ser confeccionadas até as 3h da manhã para estar tudo pronto e "fresquinho" na hora de abertura.
Casa cheia e muita azáfama mas sempre em ambiente familiar, onde todos entram na conversa animada sobre ingredientes e muito mais.
O espaço está decorado com imensas fotos, mas são os azulejos típicos pintados e os pequenos detalhes da vida quotidiana do Alentejo que tornam o espaço tão acolhedor, desde a cerâmica decorativa, as cortinas fofinhas e muitos outros objetos tão característicos da região.
Por tudo isto, e especialmente para quem adora doces conventuais vale a pena uma visita.
Esta publicação é especialmente dedicada à barriga da minha Maminka que ficou tão aconchegada que saltou o jantar e seguiu diretamente para o chá, na hora da ceia ...
Eu, aguardo por uma versão vegan ... também mais suave e levezinha.
E vocês já provaram ?
Cuidem-se
💋
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