Olá, quem segue este cantinho sabe que aqui "reina" o mote de publicações autênticas.
Sou sempre muito verdadeira naquilo que acredito e naquilo que publico.
Não costumo escrever para ficar bonito, não faço "posts" cheios de floreados se eles não o são, por isso sabem que aqui encontram temas leves e fofinhos, mas também muitas causas, homenagens e temas fortes que de belo ou fútil nada apresentam na sua história.
Ou seja, não utilizo este cantinho para elogiar só porque sim, ou patrocinar algo em que não acredito.
Esta publicação poderia ter "ficado na gaveta", não dar destaque e passar à frente, mas acho que ter um blog (também) é partilhar experiências e por isso hoje aqui fica "mais uma para o currículo".
Depois das típicas "1000 horas" que passo na Sé Catedral de Évora sempre que lá entro, era altura de colocarmos qualquer coisinha na barriga.
Bem pertinho da Sé, no largo das Portas de Moura, existe um restaurante com um nome bem engraçado, assim em modo trocadilho para ser dito com um belo sotaque do Alentejo, o Nã T'acho, fica ao vosso critério os trocadilhos que daqui conseguirem retirar.
O espaço é bem agradável, com pátio exterior que nos foi apresentado como duas zonas distintas, a esplanada e o pátio, e sala interior simples, bem iluminada e decorada com pequenos toques tipicamente Alentejanos.
Perguntámos se existiam opções vegan no menu. Um membro do staff (super simpático) referiu que todas as opções descritas como vegetarianas eram aptas para vegans e que existiam várias opções para "compor" um prato. Uma das perguntas que colocámos foi em relação às migas e qual o seu modo de confecção, pois mesmo a minha companhia que não é vegan não acha grande piada a banha de porco na sua alimentação, foi-nos dito que não tinha qualquer "pingo" de carne ou gordura animal na sua confecção ... excelente, migas de espargos caseirinhas feitas em azeite ...
Como sou aquela que come que nem "um pisco" e gosto de combinar entradas achámos que seria uma excelente opção ... ficou por isso mesmo ... achámos ...
Os outros elementos do staff não acharam grande piada a combinarmos "petiscos" já que estavam a tentar rudemente impingir outras coisas, mas parece que era rotina, pois ouvimos o mesmo nas mesas próximas ... "o menu não é para dividir, mas não comem todos ?", e as caras abesbílicas dos nossos vizinhos estavam em sintonia com as nossas. Um casal ao lado estava mesmo transtornado e só piorou quando chegou o seu pedido ... nós resolvemos esperar pelo nosso e dar uma hipótese.
Passado mais de meia hora de espera chegaram os sumos naturais de laranja e umas azeitonas ...
Como posso dizer isto ?
Adoro azeitonas do Alentejo, gordas e suculentas ... olhei para elas e : "hashtag só que não".
Os sumos consistiam em meio copo de gelo capaz de dar uma amigdalite a qualquer um e dois dedos de laranja espremida misturada em água ...
Mais uns largos minutos que desde que nos sentámos até chegar a comida se transformaram em mais de uma hora de espera, chegou o "belo repasto" (ler de modo irónico).
Os peixinhos da horta feitos em "polme apto para vegans" eram assim qualquer coisa ... feijão verde bem rijo e cru mergulhado em litros de óleo até o polme ficar torradinho, só o polme mesmo, porque o feijão só cortado com uma serra elétrica ... "não coma a guarnição que tem maionese de coentros", quando me tinham dito que iria ser substituído por outro molho, sem ovos ... todos os males fossem a maionese à parte ... os peixinhos da horta até brilhavam, não por serem especialmente famosos, mas por estarem "encharcados" em óleo, como é bem perceptível nas minhas fotos (não aconselho a fazerem zoom), é o chamado até pinga ...
As batatas que pensávamos ser daquelas caseirinhas, fritas com a casca, que tão bem conhecemos e nos costumam presentear em Évora, eram assim os "tocos" de um final de saco congelado, daqueles de partir dentes ...
As migas ... que belas migas ... com alhos crus enfiados nos espargos que estavam de férias no Alaska, umas folhas de espinafre e agrião por cima que não faziam qualquer sentido ... e com a nota de rodapé : "há aqui um problema, afinal as migas levam banha de porco, mas é assim uma coisa mínima, nem se nota no sabor" 😕
Não sei se deduziram que ficámos "muito contentes" com o almoço, pois nunca mais voltaram perto da nossa mesa, nem perguntaram se queríamos café, sobremesa, e muito menos como tinha sido o almoço, naquele tão acolhedor "está tudo do vosso agrado?".
O Nã T'acho define-se como um "Restaurante Atípico", e acho que assenta que nem uma luva, pois de típico pouco tem ...
O carinho, a confecção, o tamanho das doses, a empatia e sorrisos, e aquele cuidado tão tipicamente Alentejano a que estamos habituadas não esteve presente nesta visita ...
A mais valia ? Ser Pet Friendly ...
Espero que quem por lá passe seja brindado com uma melhor experiência, porque para nós é simplesmente para não repetir ...
Neste caso e contrariamente ao que costumam ler por aqui, é caso para dizer :
Testado e não aprovado ...
Cuidem-se
💋
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